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Sem o inconveniente provocado pelo volume
dos nós, este método garante resistência, durabilidade, e não compromete a
precisão do arremesso.
A soldagem química de linhas de náilon é um
recurso muito útil que já vem sendo utilizado, há mais de 30 anos, pelos
participantes de campeonatos de praia e de arremesso. Sua principal vantagem
está no fato de eliminar o volume provocado pelo nó quando é necessário unir
duas linhas, trazendo como benefício imediato um menor atrito nos passadores
da vara, durante o processo de arremesso.
Assim sendo, tanto na pesca com iscas
artificiais – cuja precisão é fator preponderante – como na pesca de praia
na qual a necessidade de se fazer lances longos obriga o pescador a colocar
arranques com bitolas até três vezes superior ao da linha principal -, o
processo de soldagem se faz imprescindível, pois a linha sai saem trancos,
não alterando a direção das iscas e garantindo maior resistência.
Como se não bastasse, este processo, ao
contrário dos nós, proporciona até 90% de resistência, ou seja: se a linha
de arranque for 0,60 mm e o restante do carretel 0,40 mm, a resistência à
tração será de 90% do fio mais fino.
No entanto, apesar da grande capacidade de
aderência, este recurso só funciona com fios de náilon (poliamida 6) que por
sinal, são os mais utilizados na pesca desportiva. Mas também existem no
mercado alguns copolímeros que contém teflon, um material altamente
resistente ao atrito, porém muito difícil de ser soldado quimicamente e, por
isso, há a necessidade de se proceder alguns testes, para evitar fazer
emendas cuja resistência fiquem comprometidas.
A composição química para se obter este
tipo de solda é bastante simples, se restringindo a apenas três ingredientes
básicos, os quais podem ser encontrados sem grandes dificuldades.
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Ingredientes
Como preparar:
Colocar o ácido em uma pequena vasilha de
vidro tomando o cuidado para que não ultrapasse a metade do recipiente, e
levar ao fogo em banho Maria. Quando a água estiver fervendo, baixar o fogo
e adicionar os pedaços de linha picados, em pequenas quantidades, e ir
misturando com uma colherinha de inox ou algo compatível, até que ela
dilua-se no ácido. Assim que a massa em formação atingir uma viscosidade
semelhante a do mel, coloque 4% de água destilada, e continue mexendo até
obter uma mistura bem homogênea. Para finalizar, apague o fogo e deixe
esfriar.
A princípio, essa mistura apresentará uma
tonalidade esverdeada, sendo necessário colocá-la numa embalagem de vidro
(do tipo pote de maionese) e, aguardar algum tempo até que se estabilize.
Somente quando a cor mudar do verde para um marrom avermelhado, é que estará
no ponto ideal para ser usado.
Terminado o processo de transformação
química, distribua o material nos vidrinhos menores e, guarde-os em lugar
fresco, evitando sua exposição ao sol.
Cuidados durante a preparação:
Executar o serviço em lugar aberto e bem
arejado, prevenir-se para não inalar gases, usar luvas de amianto para
evitar queimaduras com os vapores da água e, por último, tomar cuidados
necessários ao manipular a cola.
A solda química não tem tempo limite de
validade e, se bem cuidada, quanto mais velha melhor. Portanto, distribuindo
o material em vidrinhos menores e cuidando para que os mesmos fiquem bem
fechados (prefira modelos que possuam tampa dupla) é possível utilizá-la por
mais de dez anos.
Dispositivos para soldagem de linhas:
Para proceder à soldagem, será necessário
desenvolver um dispositivo para auxiliar na fixação das linhas. Existem
vários modelos de fabricação caseira, muito eficiente para este fim. Dentre
estes, mostraremos três, cujos materiais são fáceis de serem encontrados, e
sua montagem não apresenta qualquer tipo de dificuldade.
Como soldar:
Para linha 0,60 mm com 0,40 deve-se seguir
o seguinte procedimento:
-
ponha o dispositivo sobre uma mesa;
-
coloque no corte da borracha, sentido
longitudinal, a linha mais fina e, em seguida, a mais grossa. Esta ordem é
necessária, pois, se for colocada primeiro a linha mais grossa, a mais
fina ficará solta;
-
encostar as linhas e esticá-las o mínimo
possível, apenas o suficiente para que fique uma sobre a outra;
-
a soldagem dos dois fios deverá ser feita
em uma área de aproximadamente 12 milímetros. Como regra, o comprimento da
solda deverá ter o diâmetro da mais grossa, multiplicado por 20. Ex: 0,60
X 20 = 12 milímetros;
-
aplicar a solda de forma moderada, nos
dois lados da linha, não mais que uma gota na ponta de um palito de dente.
Manter o alinhamento e retirar o excesso com a lateral do palito. A
quantidade de solda deverá ser suficiente, apenas, para encher o sulco
formado pelas linhas em paralelo.
O tempo necessário para secagem fica em
torno de oito horas, em temperatura ambiente e na sombra. Pode-se acelerar o
processo utilizando secador de cabelos, por cerca de 30 minutos e, em
seguida, aguardar mais cinco horas. Vencido este prazo, para evitar que a
solda se rasgue, deve-se retirar as linhas do dispositivo, segurando-as
juntas e, cortar as pontas excedentes para evitar que as mesmas, no atrito
com obstáculos, comprometam a resistência. Use alicate de corte com face
plana ou, ainda, a pequena tesoura que vem nos canivetes Victorinox. Coloque
a ferramenta entre as duas linhas e faça um corte chanfrado, algo com 60º,
bem rente à solda, eliminando completamente as sobras.
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Dica:
Existem pescadores que diante da
necessidade de substituir a linha, costumam trocas apenas à metade. Este
artifício é muito útil, pois além de econômico para o bolso, cria a
possibilidade para a utilização de dois líderes no mesmo carretel. Para
tanto, basta unir uma ponta do arranque (usar nó de sangue para linhas de
diâmetro diferentes) na parte que vai ficar no carretel, e a outra ponta,
colar na linha nova. Após completar o carretel, um dos arranques estará no
meio do mesmo, enquanto outro poderá ser colado normalmente na ponta da que
foi colocada. Dessa forma, quando se perde o primeiro líder, basta
desenrolar a linha te a parte onde foi feita à emenda (no meio do carretel),
cortá-la e emendar novamente a ponta que estava no líder que foi perdido.
O importante é não perder tempo tendo que
esperar oito horas para soldar um novo arranque. Pescadores mais experientes
são precavidos e levam até três carretéis sobressalentes. A vantagem é que
quem adota este procedimento, terá seis pontas com arranque, prontos para
uso.
Esperamos que a técnica de soldagem de
linhas, venha somar-se aos conhecimentos que cada pescador possui,
contribuindo para pescarias melhores e mais produtivas.
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