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Para
ter sucesso na pescaria dessa espécie, é preciso conhecer muito bem seus
hábitos e particularidades, que variam segundo as regiões onde habitam.
Portanto, as técnicas e iscas também são diferenciadas.
Nosso país possui 8,5 milhões de km2 e a maior bacia hidrográfica do mundo,
Entre as diversas opções temos a bacia Amazônica, e do Paraguai , a do Prata
e a do São Francisco. O Surubim é encontrado em todas elas e, devido a essa
imensidão demográfica através da qual a família está distribuída, ela sofre
mutações no formato de seu corpo e no dos desenhos em sua pele. As variações
ocorrem especialmente no padrão das pintas e listras. Esse fator a torna uma
família numerosa, com várias nomenclaturas científicas e regionalmente
conhecida por diferentes nomes populares.
PINTADO E CACHARA
Sem sombra
de dúvida, o surubim-pintado e o cachara são os peixes de couro mais
procurados pelos pescadores que vão ao Pantanal, tanto pela sua força e
valentia, como pelo excelente sabor de sua muito apreciada carne.
O surubim é um peixe de hábitos noturnos. Nessas horas oculto pela escuridão
ele pode se expor muito mais na caça aos peixes menores. Durante o dia
torna-se mais cauteloso, mais silencioso, mas, mesmo assim, ataca com vigor
suas presas, num estilo que se verifica inconfundível depois que o
conhecemos bem.
Não podemos definir o surubim como um peixe predador, pois ele não ataca
indiscriminadamente, tão somente para matar. Sua predileção abrange os
pequenos peixes vivos ou em pedaços frescos. Devemos estar atentos a essas
preferências, que são as melhores iscas: tuviras, pirambóias, cambojas(cascudinhos),
jejuns, curimbatás, piaus, sauás, traíras e minhocuçus.
Outro fator que infruencia o tipo de alimento escolhido se refere às
estações das chuvas ou estiagem. Nas épocas em que o rio está bem cheio e
com as águas sujas, as melhores iscas são tuviras, curimbatás, sauás e
minhocuçus. Já com o rio igualmente cheio, mas com águas limpas, devemos
usar pirambóias, cambojas(cascudinhos), e jejuns. Já com o rio baixo, todas
as iscas anteriormente citadas são muito boas.
PESCA POITADA
Usam-se
geralmente duas maneriras para pescar o surubim: a poitada e a de rodada.
Poite o barco junto ao camalote, tarope (aguapé), ou com o barco em cima
dele, de preferência uns 15 m acima de uma boca de baía, boca de corixo ou
saída d'água, que é onde geralmente circulam os pequenos peixes. Nesses
pontos, podemos dar como certa a presença dos marruás, espreitando suas
presas.
Deve-se lançar a isca numa abertura de mais ou menos 50 graus em relação à
margem e a uns cinco metros abaixo da saída d'água.
Outro bom pesqueiro para poitar (ou apoitar) o barco são as pontas de praia
(o final da praia), de preferência quando houver uma boa quantidade de
camalotes após essa praia. Imagine o pé do banco de areia e lance a isca,
porque normalmente é onde o surubim está "amuado", à espreita de suas
presas, somente esperando o momento em que algumas delas saiam do raso para
a parte mais funda, onde serão alvo certo.
Outros bons pesqueiros a serem explorados são os poços ou as partes mais
fundas do rio. Geralmente, ocorrem nas curvas em forma de cotovelo, bastante
acentuadas que formam fortes redemoinhos que agitam as águas.
Procure apoitar ou amarrar o barco no barranco mais próximo do redemoinho -
a parte mais funda do poço. Deve-se lançar a isca nesse ponto e deixá-la
descer até o fundo do rio. Para isso, a chumbada deverá ser bem pesada, com
certeza passando de 200 g.
Nesses pesqueiros, quando o surubim ataca a isca, puxa com muita força e
sempre muito decidido. Por isso, deve-se dar um pouco de linha, acompanhando
com a vara a puxada até ela apontar para a água. Nesse momento, a fisgada
deve ser firme e seguida de outra, para conferir.
Nunca podemos esquecer de ajustar a fricção da carretilha ou do molinete.
Deve estar "no ponto" para que, no momento da fisgada, não patine, mas de
forma que, no momento da briga e quando o peixe aplicar sua grande força, a
fricçao possa liberar a linha para não ocasionar seu rompimento.
Existem dois pontos chaves na briga com o surubim: o primeiro acontece logo
após a fisgada e quando o peixe está com todas as suas energias. O segundo
se verifica quando o bicho está próximo ao barco e achamos que já se
entregou, cansado.Eis que ele vira a cara e parte para o fundo novamente,
exigindo malícia do pescador e resistência do material.
A melhor maneira para embarcar o surubim é com o auxílio do bicheiro ou do
alicate pega peixe.
PESCA DE RODADA
No Pantanal, a considerada
mais produtiva é a chamada pesca de rodada, isso porque se procura o peixe
da seguinte maneira: solta-se o barco a favor da correnteza, de modo que o
piloteiro, usando o remo ou o motor elétrico, vá controlando o barco para
mantê-lo perpendicular ao curso do rio.
Isso precisa ser feito de tal forma que o pescador fique sempre de costas
para as águas passadas, ou para jusante.
No caso, a chumbada deve ser mais leve, entre 35 g a 50 g. Solta-se a linha
até sentir a isca raspando o fundo do rio. Na pesca de rodada, o surubim
geralmente puxa mais manso, em etapas, porém sempre decidido.
Também é comum ele pegar a isca e acompanhar a descida do barco, chegando a
afrouxar a linha. Aí, deve-se enrolar a linha até esticá-la e ao sentir o
peixe na linha, fisgue-o.
Abaixo iscas naturais para
a pesca do Surubim:
Clique nas fotos para ampliá-las
Iscando o
anzol
Tuvira: Coloque a
ponta do anzol pela boca até sair na lateral, uns três centímetros após a
guelra. Desse modo a isca não morre, pois é muito resistente.
Pirambóia: Passe o
anzol por completo pela pele superior, entre o meio do peixe para o final.
Em seguinda, volte com a ponta do anzol pela pele superior da metade do
corpo para a cabeça.
Camboja: Passe o
anzol pela lateral da isca rente à casca e próximo à cauda, de modo que a
ponta do anzol fique totalmente livre e apontando para a cauda.
Curimbatá, jejum, piau,
sauá e traíra: Tanto podem ser iscados pela boca, passando o anzol pelo
queixo até sair na parte superior da boca, como também passar o anzol pelo
lombo da isca próximo à cauda.
Todas essas iscas podem ser
usadas em toletes.
Lembrem-se, a ponta do
anzol deve estar sempre descoberta.
Equipamentos que podem
ser usados nessas pescarias:
Vara de 1,80 m a 2,10 m de
comprimento, ação média-rápida (média-pesada) para linhas de 17 lb a 45 lb.
Carrretilha ou molinete médio com capacidade para 130 m de linha 0,60 mm.
Linha 0,60 mm com resistênica para 19,5 kg que corresponde a 43 lb.
Anzol Mustad 7/0 ou 8/0 com encaostador de aço com 35 cm de comprimento.
Chumbada oliva de correr na linha, entre 35 g a 300 gr.
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